Durante anos de governos desastrosos e acordos espúrios
da velha política o Sistema de saúde pública do Brasil afundou no mais perverso
caos, uma crise jamais solucionada, pode-se dizer que ironicamente a saúde
brasileira vive na UTI, em completo estado de coma, aguardando apenas alguém
desligar os aparelhos.
Bolsonaro causa problema que parecia superado e saúde do brasileiro volta a ser esquecida pela velha política. |
Numa ação de desespero e talvez no último recurso
possível naquele momento o Partido dos trabalhadores, lançaram a política do
programa mais médico trazendo profissionais de diversos países para atenderem
no mais remotos municípios dos estados onde a precarização da saúde era impossível
de se imaginar para as classes dominantes.
O Impacto do programa mais médico para os brasileiros?
Atualmente o programa conta com cerca de 18 mil
profissionais, sendo 8500 médicos cubanos e 8459 médicos brasileiros formados
no Brasil ou no exterior e 483 estrangeiros de outros países. Os médicos cubanos
estão em 2885 municípios do país, sendo a maioria nas áreas mais vulneráveis:
norte do país, semiárido nordestino, cidades com baixo IDH, saúde indígena e
periferias dos grandes centros urbanos. 1575 desses municípios só possuem
médicos cubanos, 700 deles tiveram um médico no próprio município pela primeira
vez. Existem 300 médicos cubanos atuando nas aldeias indígenas (DSEIs), isso
representa 75% dos médicos que atuam na saúde indígena de nosso país. Os locais
onde os cubanos atuam foram oferecidos antes a médicos brasileiros, que não
aceitaram trabalhar lá. Em 5 anos de Programa Mais Médico nenhum edital de
contratação de médicos brasileiros conseguiu contratar essa quantidade de
profissionais, o maior edital contratou 3 mil.
sem médicos cubanos povo voltará a sofrer escassez médica |
Qual a realidade do programa mais médico
para os cubanos?
O programa mais médico é um modelo usado com sucesso em
outros países e Cuba é a nação que mais exporta médico para o mundo, seu
programa de formação e eficiência nos casos de atendimento personalizado levou
o Brasil a aceitar a forma de contratação dos médicos no mesmo modelo
internacional, onde partes dos recursos são utilizadas pelo governo cubano para
o desenvolvimento de pesquisas e formação de novos médicos, embora seja algo
contraditório que um médico trabalhe e parte de seus honorários seja destinado
a um programa de desenvolvimento, a ação é vista pelos próprios médicos como
uma forma de pagamento pelo o que o governo investiu em sua formação, mas esse
não é o tema central dessa reportagem e por isso não aprofundaremos no assunto.
Quem perde com a saída dos médicos cubanos?
Quem perde é sem dúvida os cerca de 63 milhões de pessoas
atendidas por esse programa. Essas pessoas precisam se mover.
Viés ideológico é colocado acima da necessidade do povo |
Qual o impacto da saída dos médicos cubanos
do programa?
A vitória de Jair Bolsonaro e suas decisões de viés ideológico colocam em risco a
saúde de milhares de pessoas em mais de mil municípios que ficarão desassistidos do programa mais médicos, muitos
deles onde o único médico é justamente o cubano, a saída desses profissionais traz o Brasil a
uma realidade triste e de pura calamidade.
Sem o médico cubano vários tratamentos já em andamento e com acompanhamentos desses profissionais serão encerrados, deixando a população desamparada, novas filas para atendimento serão criadas e o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas encerrados, tudo por birra ideológica daquele que deveria ser o primeiro interessado em resolver os problemas da população.
Sem o médico cubano vários tratamentos já em andamento e com acompanhamentos desses profissionais serão encerrados, deixando a população desamparada, novas filas para atendimento serão criadas e o acompanhamento de pacientes com doenças crônicas encerrados, tudo por birra ideológica daquele que deveria ser o primeiro interessado em resolver os problemas da população.
Saída dos médicos cubanos não será benéfico
para cidadãos do Norte e Nordeste.
A velha política diz que , nada vai mudar para os cidadãos
do Norte e Nordeste, sem nenhum plano de investimento em saúde por causa do congelamento
o de gastos impostas pelo presidente Michel Temer, os ataques aos direitos dos
cidadãos de terem acesso a saúde nessas regiões, serão ainda maiores com a
saída dos médicos cubanos.
No Nordeste alguns
municípios da região, médicos cubanos chegam a ser 80% dos profissionais. Conforme
noticiou o Jornal Folha de São Paulo na reportagem Pequenas cidades do Nordeste temem apagão médico.
Veja alguns estados que serão afetados de
forma brusca
Acre perde 104 profissionais com saída de Cuba do
programa Mais Médicos no Brasil, profissionais que atuam em 20 municípios acreanos e dois
distritos indígenas. O efetivo representa 63% dos médicos atuando pelo programa
no estado, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre).
Somente na Bahia, há 846 médicos cubanos atuando em 313
municípios, o que equivale a 20% dos médicos que atuam na atenção básica. A
saída deles fará com que a cobertura de atenção básica no estado caia de 63%
para 43%.
No Piauí, por exemplo, há 202 profissionais em 101
municípios piauienses e, em alguns destes lugares, o médico cubano é o único
responsável pelo atendimento a população.
O Ceará deve perder 448 profissionais que atuam em 118
municípios. O efetivo representa 36% dos médicos atuando pelo programa no estado.
No município de Chã Preta (a 101 km de Maceió), três dos
quatro médicos do Programa de Saúde da Família são cubanos.
A velha política destrói um programa que
estava dando certo
Jair Bolsonaro nem assumiu e já causa estragos na vida do
cidadão brasileiro, para quem possui o plano de saúde e não precisa do
atendimento o impacto não será sentido, mas a cada dia aumenta o número de
brasileiros que não são atendidos pelos planos de saúde e com menos empresas
aderindo a contratação de planos para funcionários logo esse impacto será
sentido por milhares de brasileiros, o discurso de Bolsonaro que os médicos
brasileiros poderão suprir essa necessidade é uma verdadeira falácia, nos
últimos 5 anos o programa mais médicos abriu diversos editais sem jamais
conseguir cobrir as vagas, essas vagas foram cobertas justamente por médicos
cubanos o viés ideológico já faz vítimas e infelizmente as vítimas são sempre
os mais pobres.
O @lternativa defende a continuidade do programa e que o
governo brasileiro abra um canal de dialogo conforme prometido pelo presidente
eleito, sem viés ideológico.
Não adianta fazer um grande plano de reestruturação da
saúde sem acabar com o problema, não adianta o governo apostar em formação de
novos profissionais se os mesmos não estivem dispostos a encararem os desafios
da profissão.
Novamente nos perguntamos o país pode melhorar e ver a
mudança quando o povo está fora do orçamento?
A resposta é Não.
Apostar numa quebra de braço com Cuba
pode parecer vantajoso para quem discorda do regime cubano, para quem o apoia é
algo terrível e patético, o problema é que nessa quebra de braço o povo
brasileiro será o único derrotado, sem médico, sem atendimento e sem um sistema
de saúde capaz de suprir a necessidade do povo, amarguraremos um duro e árduo
tempo de escassez de mão de obra e mesmo formando uma grande quantidade de
médicos sabemos que a maioria deles não quer ir para longe dos grandes centros
urbanos.
A velha política jamais vai mudar o Brasil,
acompanhe nossa próxima reportagem para entender nossa proposta para a reestruturação
da saúde brasileira e novos modelos de gestão hospitalar.
Texto: Pedro Oliveira
Edição: Ana Karine
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